Vida e Morte nas Vicinais...

Ainda é uma realidade os assassinatos no contexto da Transamazônica. Os motivos são variados e nem sempre em função da disputa pela terra. Desde desavenças familiares e entre amigos, disputa por ganhos na extração da madeira, grilagem de terras, embates entre pequenos produtores, brigas depois de alcoolismo, mas o que salta aos olhos quando estamos entrevistando as pessoas é que são muitas, a imensa maioria invisibilizada pela lei do silêncio que não é apenas local, mas da mídia e até de autoridades que parecem entender que aqui funciona uma outra lógica que não é a da legalidade e proteção aos direitos.
Numa vila distante do centro de Pacajá ou "a rua" como é conhecida aqui, uma das dezenas de mortes contabilizadas por ano, no período de natal, revelando o retrato cru de uma realidade que parece entregue a própria sorte.
Obviamente é preciso contextualizar este fato a partir dos sucessivos processos de ocupação do espaço no entorno da Transamazônica, em várias "ondas" e refluxos migratórios que acabaram por viabilizar a chegada de diversos agentes espaciais que entram em choque direto entre si por interesses variados, soma-se a isto a carência de uma rede técnica e política que sirva às populações do lugar e temos um quadro de violência que parece só se agravar, vida e morte de pessoas "sem nome" e, o que é pior, para quem é negada uma história e um espaço.

Corpo retirado do matagal, onde estava enterrado (Foto: Anônimo, 2012)


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