
Retomando memórias perdidas, recontando situações vividas, indicando com rigor quem e onde, trazendo o calor da luta desesperada por um chão, nomeando a terra arrasada por madeireiros, invocando coexistências e a espussura não simétrica, mas que inundava a simetria do papel com vida e morte. O papel grosso transmutava na porosidade do lugar, cambiante, precário, mas único possível criado (mais que produzido) nesta fricção vicinal.
O dedo toca a linha plana de um mapa desdobrado no chão, o dedo também toca o chão através do mapa – chão que é a concretude sobre a qual está a representação dele próprio e neste toque dos dois solos se projeta a fala que reativa a memória do que se vive, pela terra, jorro de imagens vivas lugarizáveis e nunca mapeadas naquele mapa, a não ser neste breve encontro, distendido, dolorido:
“Aqui é o Jota (J), aonde houve a chacina, aonde mataram [...] oito, aqui no J [Núcleo, hoje vila J, Assentamento Rio Cururuí, Pacajá – PA”.
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